O futuro do trigo no Estado foi discutido durante a 4º reunião da Câmara Técnica do Trigo. O encontro reuniu pesquisadores, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e indústria tritícola.

Roseli Giachini, 2ª vice-presidente Norte e coordenadora da comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja, acredita que o trigo é estratégico para Mato Grosso, já que o Brasil é importador do cereal. "É o cereal mais comercializado e consumido no mundo e Mato Grosso tem condições de produzir trigo em quantidade e qualidade", afirma.

Para o secretário adjunto de Agricultura Familiar da Sedec, Alexandre Possebon, é preciso demanda da indústria para que haja segurança para os produtores rurais. "A pesquisa já mostrou que há variedades de trigo que produzem com qualidade em Mato Grosso. O problema de frete que temos para mandar para fora do Estado é igual ao custo agregado desta farinha que vem de fora. Então, precisamos estar perto da indústria para que haja preço para estimular o produtor", diz.

O grupo paranaense Dona Hilda já tem uma filial instalada em Várzea Grande, com um Centro de Distribuição para o trigo vindo daquele estado.

"Conhecemos a Câmara do Trigo e começamos a fazer parte do trabalho para desenvolver este projeto. Estamos com um projeto adiantado para instalação de uma indústria em Mato Grosso, já em conversação com os agricultores e acompanhando as pesquisas de viabilidade", conta João Antônio Sentchuk, gerente comercial para o Centro-Oeste e Norte do grupo tritícola.

Segundo ele, Mato Grosso já percorreu 60% do caminho para viabilizar a indústria do trigo. "É preciso política governamental", frisa.

O pesquisador da Embrapa Trigo, Joaquim Soares Sobrinho, mostra que há potencialidade para o trigo na região Centro-Oeste e há muita demanda no país. No Brasil, o consumo é de 12 milhões de toneladas, mas apenas 5 milhões de toneladas são produzidas aqui, a grande maioria na região Sul.

O pesquisador da Empaer, Hortêncio Paro, que trabalha com a cultura há três décadas no Estado, ressalta que atualmente há variedades adaptadas para a produção de trigo de sequeiro. A produção vem qualificando como trigo melhorador.

Para Alessandra Fernandes, analista da comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja, o trigo é uma oportunidade para os produtores. "É uma alternativa para a sustentabilidade produtiva em Mato Grosso. Acreditamos na importância da cultura e, por isso, estamos acompanhando de perto e apoiamos o desenvolvimento do cultivo do cereal", finaliza.