Segundo Guilherme, a necessidade anual de recursos para financiamento da agropecuária gira em torno de R$ 1 trilhão e as fontes privadas entram como complementação ao crédito oficial. “A Cédula de Produto Rural (CPR), por exemplo, tem sido muito usada pelos produtores por possuir garantias vantajosas”.
A reunião, na última sexta-feira (21), ocorreu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), com o objetivo de elencar as principais necessidades dos produtores da região Centro-Oeste para o próximo ciclo produtivo.
Esse é o terceiro encontro promovido pela CNA. O primeiro aconteceu em Florianópolis (SC), com representantes do setor produtivo da região Sul e o segundo no Rio de Janeiro (RJ), com produtores do Sudeste.
O diretor de Relações Institucionais da Famato, Ronaldo Vinha, afirmou que a contribuição de todos os estados da região é fundamental para discutir a construção de um plano consistente, com taxas de juros melhores. “Essa queda não é por falta de demanda, e sim, porque o crédito não está chegando até o produtor, seja por aumento de burocracia ou de critérios para análise nos bancos, insuficiência de recursos, entre outros”, disse.
As principais demandas dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, foram a alteração do limite de renda bruta agropecuária para enquadramento nos programas de apoio; o aumento do limite de crédito dos programas de investimento e de recursos para as ferramentas de gestão de risco.
Os representantes das federações de agricultura e pecuária da região e de outras entidades argumentaram que diversos produtores não se encaixam nas regras da renda bruta anual e que a depender do resultado da produção em termos de ganho, alguns ficam alternando entre os programas nacionais de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
A burocracia para acessar o Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) e o aumento do limite individual de crédito por ano agrícola também foram demandas discutidas. Outro ponto levantado pelos representantes foi a falta de análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem impedido os produtores de acessarem o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (Renovagro).
REALIDADE LOCAL - Ainda na reunião, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apresentou um panorama do Plano Safra no país e em Mato Grosso. De acordo com os dados, a tomada de crédito pelos produtores ocorre de maneira mais intensa nos primeiros meses após o lançamento da política pública, evidenciando uma busca acelerada pelos melhores termos e condições oferecidos.
As propostas de cada região serão compiladas em um documento, que será encaminhado ao governo federal e aos parlamentares como contribuição para a construção do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026.
A próxima reunião será realizada dia 28, em Belém (PA), e reunirá as federações, produtores e sindicatos dos estados da região Norte.