Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na safra 2023/2024, a área plantada de arroz chegou a 125.447 mil hectares, com uma produtividade de 3.248/kg por hectare, batendo uma safra de 407.487 mil toneladas.
O produtor rural de Sorriso, Gustavo Sichieri Caramori, já cultiva arroz de sequeiro há três anos e optou pela cultivar da Embrapa para esta safra 2024/25, em 230 hectares de sua área, que tem um total de 450 hectares. "É um arroz bonito, veio muito bem mesmo sofrendo com estresse, e vem se recuperando de forma impressionante, hoje se mostra bem sadio. A nossa expectativa é muito boa e pretendemos trabalhar mais tempo com o arroz e em mais safras, a ideia é continuar com o manejo da cultura", explicou.

Já na região de Matupá, o consultor técnico Adriano Lopes, explica que a escolha da cultura do arroz ainda é tímida por parte dos agricultores devido à falta de onde armazenar os grãos, mas segundo ele, por serem áreas de abertura a tendência é que se aumente o plantio nas próximas safras, o que pode incentivar a implantação de armazéns na região.

"O arroz tem um valor agregado bom, aliado a um custo menor por hectare de quando o produtor vai abrir e implantar a cultura antes da soja. No caso da propriedade onde prestamos assessoria, o produtor plantou soja, onde devemos colher entre 15 a 20 de janeiro, e aqui nós vamos entrar com o arroz safrinha utilizando o BRS A502, que apresenta um alto teto produtivo, alto índice de grãos inteiros e principalmente de renda para o agricultor em associação com a soja", destacou.

O pesquisador da Embrapa e doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, Adriano Castro, detalha que a cultivar BRS A502 demonstrou nas fases de melhoramento na estação experimental de Sinop, um destaque e vantagens em relação ao outras cultivares, um desempenho que auxiliou para que fosse escolhida para ser lançada comercialmente.

"A BRS A502A é uma opção muito interessante para a rotação de culturas, e as principais características que permitem a Embrapa posicionar esta cultivar para este ambiente, podemos citar ser um material altamente responsivo a fertilidade do solo, o que entrega uma maior produtividade por área, é um material com uma qualidade de grão muito alta e denota uma grande demanda por parte da indústria e por fim é uma cultivar que apresenta uma tolerância ao acamamento, uma característica muito importante quando o arroz está sendo cultivado nestes ambientes de alta fertilidade, como é o caso de uma rotação com soja, por exemplo", disse.

O consultor comercial da LC Sementes, Fábio Fadanelli, que tem em sua gama de produtos as cultivares de arroz de terras altas, como a BRS A502 da Embrapa, destaca que a região tem muito potencial para retomar o protagonismo na produção deste grão. "O arroz é uma cultura viável e que está sendo muito lucrativa, e que entra em uma rotação de cultura com soja, em um pivô central, aberturas de áreas e também em reforma de pastagens. Antigamente ela era considerada o patinho feio, hoje não, onde o produtor faz todos os tratos culturais necessários para que possa produzir bem, chegando a altas produtividades e consequentemente ganhar dinheiro", finalizou.