O volume apurado é ligeiramente superior ao apresentado no mês passado, quando o Estado apontava safra de 92,33 milhões t. Mais um recorde sobre recorde vai sendo garantindo, o que coloca Mato Grosso na liderança da produção nacional de grãos e fibra pelo 12º ano consecutivo.
Novamente o milho é o grande destaque do levantamento para o Estado, pois as projeções de volumes acima da soja vão se consolidando. Para o cereal, conforme Conab, Mato Grosso deve colher 44,67 milhões t. Para a soja a previsão é de uma oferta de 43,90 milhões t.
A safra mato-grossense deve ficar 7% acima do saldo histórico do ano passado, quando o ciclo se encerrou com 86,48 milhões t. Ainda dentro de um comparativo anual, a área plantada também é recorde, ao somar 20,51 milhões de hectares, 6,6% maior que a superfície do ano passado.
No detalhe, a Conab aponta que a pluma mato-grossense deve somar 1,90 milhão t, ou, 7,7% a mais que as 1,76 milhão t do ano passado. Em área plantada, o algodão cresce 4,6%, saindo de 1,14 mil hectares para 1,9 mil hectares.
No milho, a produção sai de 41,10 milhões t para 44,67 milhões t, crescimento anual de 8,4%. Em relação à superfície, a expansão é de 8,4%, passando de 6,48 milhões hectares, passando a uma extensão recorde de 7,03 milhões hectares.
Na soja, a Companhia projeta uma oferta de 43,90 milhões t, 5,8% acima da produção anterior em 41,49 milhões t. Em relação à área plantada, um novo recorde foi batido na atual temporada. São 11,80 milhões de hectares cultivados contra 11,10 milhões da safra passada.
BRASIL - A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 pode chegar a 309,9 milhões de toneladas. Quase metade desse volume total é resultado das lavouras de soja, o que representa uma colheita em torno de 151,4 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume de soja a ser colhido nesta temporada é 20,6% superior ao registrado no ciclo anterior, o que aponta uma recuperação na produtividade das lavouras que foram atingidas pelas condições climáticas adversas no período de 2021/22.
“A atual estimativa de produção da oleaginosa cresce se comparada com o ciclo passado, mas representa uma variação negativa de 1% em relação ao último anúncio da Conab devido à intensificação, em fevereiro, dos danos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. No entanto, essas perdas foram compensadas, em parte, pelos ganhos observados em Tocantins, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul”, explica o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.
A colheita avança em todas as regiões produtoras, com percentuais abaixo quando comparados com a safra 2021/22. Esse ritmo mais lento é explicado por motivos distintos, como o excesso de chuvas, que dificulta o tráfego de máquinas nas lavouras. Além das precipitações durante a colheita, é preciso lembrar que em algumas áreas o plantio da soja foi realizado de forma tardia, como em determinados locais produtores de Goiás e do Matopiba, enquanto que em outras regiões houve a ocorrência de temperatura mais baixa o que trouxe impacto no desenvolvimento do grão, alongando o ciclo da cultura.
Esse atraso traz impactos na semeadura do milho 2ª safra, que já tem semeada 63,6% da área prevista para a cultura em todo o país. No mesmo período do ano passado, este índice chegava próximo de 75%. Ainda assim, a Companhia projeta um crescimento na produção de 11,3% podendo chegar a 95,6 milhões de toneladas. “É importante destacar que semear o milho fora da janela ideal pode aumentar os riscos durante o desenvolvimento das lavouras, e não há garantia de como a cultura irá se desenvolver em condições climáticas adversas.”, reforça a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos. Já na primeira safra do cereal, a colheita esperada é de aproximadamente 26,76 milhões de toneladas, 6,9% acima da safra 2021/22.
Outra importante cultura de 2ª safra, o algodão já está completamente semeado. Houve aumento de 4% na área, atingindo 1,66 milhão de hectares. Com isso, a expectativa é que a colheita da pluma atinja 2,78 milhões de toneladas. Para o arroz, a produção é estimada em 9,9 milhões de toneladas, 8,4% inferior ao volume produzido na safra passada devido à redução de área, aliada às condições climáticas adversas, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior estado produtor. No caso do feijão, a Conab estima uma colheita de 2,92 milhões de toneladas, somando as três safras.