Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), com elaboração do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), e contrastam com os do Brasil, que viu as exportações de carne bovina caírem 4% em outubro. No mês, o estado respondeu por 25,29% das vendas nacionais do produto.
"Mato Grosso é um mercado com produção suficiente para atender a demanda internacional, mesmo com todo o impacto gerado pela pandemia da Covid-19. Os frigoríficos se adaptaram rapidamente e mostraram capacidade de entregar um produto de alta qualidade, seguro e em volume necessário pelos mercados internacionais", observa Bruno de Jesus Andrade, diretor de Operações do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
Além do crescimento mensal, os números indicam ampliação do comércio exterior para a carne bovina estadual no ano de 2020 como um todo. Outubro de 2020 registrou 4,2% a mais de vendas em relação a 2019.
De janeiro a outubro de 2020, o volume exportado totalizou 403,93 mil TEC – correspondendo a um incremento de 20,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Percentual bem superior aos 9% de ampliação das vendas nacionais.
Nos dez primeiros meses de 2020, China e Hong Kong compraram 224,83 mil TEC, ampliando em 123,8% os volumes adquiridos de Mato Grosso em relação a 2019. Os russos importaram 19,95 mil TEC, numa evolução de 137,7% comparando-se com o ano anterior.
"O principal diferencial da carne de Mato Grosso é sua sustentabilidade. Já somos grandes players do mercado e a tendência é de ampliação da produção com ganhos ambientais – um ativo importante para vários países interessados na nossa carne", observa o diretor do Imac.
Mato Grosso é o estado com maior rebanho bovino do País: dados do Imea apontam para 30,98 milhões de cabeças em maio de 2020. É também o maior produtor de carne do Brasil. No primeiro semestre deste ano, 644,78 mil toneladas de carne bovina foram produzidas no estado. Além disso, mês a mês se firma a tendência de crescimento nos abates de animais mais jovens – o que, em outras palavras, significa maior uso de tecnologia, menor tempo de produção e sem abertura de novas áreas de produção.